O decano do Colégio dos Cardeais, Giovanni Battista Re, pediu nesta quarta-feira (7) “que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento difícil e complexo da história”. O pedido foi feito durante a missa “Pro eligendo pontífice”, celebrada diante dos 133 cardeais eleitores na Basílica de São Pedro, antes do início do conclave para eleger o sucessor de Francisco.
– Estamos aqui para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar sua luz e sua força, para que seja eleito o papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento difícil e complexo da história – disse Re aos 133 cardeais que se fecharão hoje na Capela Sistina a partir das 16h30 (hora local, 11h30 de Brasília).
O cardeal decano lembrou aos cardeais eleitores que estão se preparando para “um ato da mais alta responsabilidade humana e eclesial” e que, diante disso, “devem abandonar todas as considerações pessoais e ter em suas mentes e corações somente o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade”.
Na homilia, em que o decano do Colégio Cardinalício tradicionalmente traça o perfil do próximo pontífice, Re destacou que Jesus deu o exemplo “no início da última ceia com um gesto surpreendente: abaixou-se para servir os outros, lavando os pés dos apóstolos, sem discriminação, sem excluir Judas, que o iria trair”.
Entre as tarefas do próximo pontífice, segundo recordou, estará “aumentar a comunhão de todos os cristãos” e “dos bispos com o papa”.
– Não uma comunhão autorreferencial, mas inteiramente voltada para a comunhão entre pessoas, povos e culturas – frisou o decano.
Re, de 91 anos e que, portanto, não entrará na Capela Sistina, lembrou aos cardeais que “há também um forte chamado para manter a unidade da Igreja no caminho traçado por Cristo para os apóstolos”.
– Unidade não significa uniformidade, mas sim comunhão firme e profunda na diversidade, desde que permaneça plenamente fiel ao Evangelho – ressaltou.
O cardeal também salientou que “o mundo de hoje espera muito da Igreja para salvaguardar esses valores humanos e espirituais fundamentais, sem os quais a convivência humana não será melhor nem trará bem às gerações futuras”. Por fim, Re concluiu sua homilia pedindo que “o Espírito Santo ilumine as mentes dos cardeais eleitores e os una na eleição do papa que nossos tempos precisam”.
*EFE